Temos o que comemorar?
Fim de semana passou.Foto da Internet - autoria desconhecida |
Mortos, feridos, chocados, medrosos, alegres ou esperançosos são os cariocas enfrentando o início da Primavera de calor escaldante.
Pensando bem, até que a coisa poderia ter sido pior!
Primavera, calor, Rock in Rio, arrastões, justiceiros, eclipse lunar, Cosme e Damião. Tudo ao mesmo tempo!
De fato, a Lua de Sangue nem foi tão sangrenta na Cidade Maravilhosa.
Com o céu encoberto e chuvas - nem tão esperadas - o carioca nem se atreveu a olhar para o alto e observar o fenômeno.
Melhor olhar para os lados, ter certeza que não há um mar de gente vindo na sua direção, ou um "menino" pronto para arrancar o que você tiver no pescoço, mãos ou bolsos.
Melhor se travestir de crítico musical e analisar tecnicamente cada detalhe das apresentações do palcos do Rock in Rio - da telinha da TV, é claro!
O debate sobre a política de segurança carioca, as dissertações (repletas de razões puramente pessoais) acerca da maioridade penal e a batalha filosófica com toques de sociologia, política, direitos humanos, desigualdades econômico-sociais-raciais ficaram nos posts da semana passada.
Acaloradas discussões e depoimentos assustadores de terror nas ruas (do fim de semana de "verão fora de época") foram silenciadas pela velocidade do mundo dito virtual - afinal, muita coisa aconteceu desde então!
Dólar batendo recordes históricos, crise política, Papa Pop viajando entre nações historicamente inimigas, A Lama de 1985...
Estamos de volta ao verdadeiro assunto da semana: 30 anos de Rock in Rio e 450 da Cidade Maravilhosa! Os shows aconteceram, o trânsito ficou caótico (no início), o transporte público caro ou ruim, a água estava quente, a cerveja acabou e o lixo se acumulou. Nenhuma novidade,
Ah, o Procon agiu para que os bem-nascidos que puderam pagar os ingressos do festival não desmaiassem desidratados, enquanto suas garrafas de água, protetores solares e repelentes eram sistematicamente destampados (ou descartados) - tudo, por medida de segurança, claro!
Vipões, Vipinhos e peladões-na-varanda-de-hotel se esforçaram para cumprir seu honroso papel de dar algum tempero para os dias morninhos. A imprensa, livre-leve-e-solta deu o acabamento para tornar tudo mais interessante do que parecia ser in loco,
Com uma nova etapa inciando, resta o questionamento: Resistimos a mais uma semana, mas o que virá na próxima?